O artigo analisa o planejamento insurgente em assentamentos informais da periferia de São Paulo, focando no trabalho do CEPROCIG no Grajaú. Partindo de teóricos como Villaça (1998) e Miraftab (2009), discute como a urbanização brasileira reproduz segregação socioespacial, privilegiando elites e marginalizando periferias. Em contraponto, o estudo destaca práticas comunitárias que desafiam o planejamento tradicional, como as do CEPROCIG, que combina educação popular, luta por moradia e pressão por políticas públicas. Através de entrevistas com lideranças, revela-se como os moradores conquistaram melhorias (como acesso à água e regularização fundiária), mas ainda enfrentam desafios como falta de saneamento e remoções, evidenciando a necessidade de um planejamento urbano mais inclusivo e participativo.
O estudo conclui que iniciativas como as do CEPROCIG exemplificam o planejamento insurgente, criando alternativas à ausência do Estado e contestando lógicas neoliberais. Essas práticas, baseadas em mobilização coletiva e saberes locais, demonstram a potência da organização comunitária para transformar territórios marginalizados. No entanto, o artigo ressalta que, sem políticas públicas efetivas e articuladas com os movimentos sociais, as desigualdades urbanas persistem. A reflexão reforça a luta por justiça socioespacial e o direito à cidade, defendendo um urbanismo que dialogue com as demandas reais das periferias.
Veja na integra:
https://www.sisgeenco.com.br/anais/enanpur/2022/arquivos/GT4_SEM_676_737_20211215160055.pdf